
Passeando pelos perfis dos meus amigos e amigas mais antigas que estão no orkut;mal necessário;comecei a ver tudo o que me aconteceu nesse meio tempo...a primeira vez que deixei o Brasil, as pessoas e os lugares,, que conheci depois disso ,meu casamento e comecei a pensar como foi a vida dessas pessoas ,me enveredei por caminhos nunca antes navegados!
Abri um mar de acontecimentos dentro da minha cabeça:algumas casaram,tiveram filhos,outras ainda estão solteiras mas todos nós nos tornamos gente grande...crescemos e viramos os adultos que criticávamos ou víamos passar resfolegando atrás de um tempo que correu mais rápido que seus pés poderiam alcançar!
Lembro muito bem de um dia que estava eu,Caio,Júlia e Délcio,todos com seus 16 anos menos eu , o mais velho da turma...sentados na varanda da casa da Datilografia do Bradesco, lá na Cidade de Deus..onde passei meus primeiros 15 anos de vida tentando saber o que é vida.
Passavam senhores engravatados, sombrios e cheios de macaquinhos no sótão!!
Começamos a dar notas a cada um...o que avaliavamos??Grau de liberdade...sim o quanto pareciam libertos daquela opressão chamada :ser adulto!!
Sim se adulto é ter uma das pernas presas a algo....pelo menos viamos assim a vida que nos reservava mas negávamos a todo custo...
Que notas eu receberia se me visse passando??
Tenho uma esposa e uma filha.Tenho um trabalho e algumas coisas,entre elas, esse blog.
A visão de adulto que tínhamos era até certo ponto certa...mas acho que não víamos a grandeza de tudo isso...a complexidade dos fatos e das situações...
Os ditos rótulos.Ninguém gosta de receber mas todos nós rotulamos as coisas...presta ou não presta, me é agradável ou não!
O fato é que ficar adulto é apenas e meramente mais um rótulo do que o fato em si...talvez ficar realmente adulto seja ter conciência da sua liberdade e da sua cumplicidade com o que lhe rodeia.
Um comentário:
Lembre-se da imagem mitológica de Cronos, aquele titã que devorava os filhos. Somos filhos do tempo que nos devora. Zeus matou Cronos e restituiu à vida os filhos engolidos, seus irmãos. Mas como matar o tempo? Talvez se não medíssemos o tempo, um jeito de olhá-lo de outro ângulo, e poder ver linearmente, como um todo fechado em si mesmo. Se você me visse passando, não resistiria em me dar nota dez. Trago em mim um baú de coisas guardadas da infância, os brinquedos, os sonhos, as fantasias e um estranho sorriso diante da vida. Você pode guardar suas coisas no sótão, mas brinque sempre com elas. Elas não te levam de volta à infância, mas trazem sua infância de volta.
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